“Não posso adiar o amor para outro século/Não posso […] Não posso adiar o coração” Ramos Rosa
Devo desde já adiantar, em jeito de nota prévia, que me irritam sobremaneira as pieguices, as estórias de amor para sempre enquanto dura, as paixões e trovas de amor eterno ao primeiro olhar e o conceito abstracto da felicidade. Esta última é de todas as pieguices do foro sentimental a que mais me incomoda. A forma como as pessoas se lançam na sua busca e pior, muito pior, a forma como dizem de boca cheia que a encontraram parece-me um mistério filosófico mais complexo de acreditar do que no mistério de Roswell, no abominável homem das neves ou mesmo no Pai Natal. Vai daí, registe-se, não acredito na felicidade, nem na sua existência e menos ainda na sua persistência.
Acredito porém no Amor, assim mesmo com maiúscula, como motor de todas as coisas e única razão para nos fazer persistir. Que não haja lugar a confusões, o Amor a que me refiro não é nem desejo, nem sexo, nem estórias cor-de-rosa com luas cheias e nenúfares a vogar em amenos lagos, o Amor de que falo é apenas isso mesmo – Amor. Amor só, Amor nu, Amor cru, Amor despido de enfeites, de eufemismos, Amor como aquele de que fala Ramos Rosa, o que não se pode adiar, Amor que dói, que fere por dentro, que rasga a pele, que inquieta e pacifica, Amor que não se atrasa e não se deixa para uma hora melhor porque Amar é igual a Estar. O Amor é o contrário da ausência, porque Amar é Estar sempre.
Não consigo conceber o amor intermitente que alguns dizem cultivar, o amor com hora marcada, amor em contenção, o amor nos intervalos das outras coisas mais importantes que esse “amor”, o amor quando dá jeito ou de quando nos lembramos ou de quando nos falta outro divertimento, amor dos dias pares, o amor se não chover, enfim, amor gizado à imagem de quem assim o fabrica, embiocado no umbigo do amador, amor sem aquilo que caracteriza o Amor – o despojamento. Esse tal de amor é da mesma família da felicidade em que não acredito, conceito bonito de evocar, muito apreciado nos filmes e na literatura, com tanto de realidade como o King Kong ou um elefante azul.
Amar é dar, dar, dar. O que se recebe, quando se recebe, vem por acréscimo.
Devo desde já adiantar, em jeito de nota prévia, que me irritam sobremaneira as pieguices, as estórias de amor para sempre enquanto dura, as paixões e trovas de amor eterno ao primeiro olhar e o conceito abstracto da felicidade. Esta última é de todas as pieguices do foro sentimental a que mais me incomoda. A forma como as pessoas se lançam na sua busca e pior, muito pior, a forma como dizem de boca cheia que a encontraram parece-me um mistério filosófico mais complexo de acreditar do que no mistério de Roswell, no abominável homem das neves ou mesmo no Pai Natal. Vai daí, registe-se, não acredito na felicidade, nem na sua existência e menos ainda na sua persistência.
Acredito porém no Amor, assim mesmo com maiúscula, como motor de todas as coisas e única razão para nos fazer persistir. Que não haja lugar a confusões, o Amor a que me refiro não é nem desejo, nem sexo, nem estórias cor-de-rosa com luas cheias e nenúfares a vogar em amenos lagos, o Amor de que falo é apenas isso mesmo – Amor. Amor só, Amor nu, Amor cru, Amor despido de enfeites, de eufemismos, Amor como aquele de que fala Ramos Rosa, o que não se pode adiar, Amor que dói, que fere por dentro, que rasga a pele, que inquieta e pacifica, Amor que não se atrasa e não se deixa para uma hora melhor porque Amar é igual a Estar. O Amor é o contrário da ausência, porque Amar é Estar sempre.
Não consigo conceber o amor intermitente que alguns dizem cultivar, o amor com hora marcada, amor em contenção, o amor nos intervalos das outras coisas mais importantes que esse “amor”, o amor quando dá jeito ou de quando nos lembramos ou de quando nos falta outro divertimento, amor dos dias pares, o amor se não chover, enfim, amor gizado à imagem de quem assim o fabrica, embiocado no umbigo do amador, amor sem aquilo que caracteriza o Amor – o despojamento. Esse tal de amor é da mesma família da felicidade em que não acredito, conceito bonito de evocar, muito apreciado nos filmes e na literatura, com tanto de realidade como o King Kong ou um elefante azul.
Amar é dar, dar, dar. O que se recebe, quando se recebe, vem por acréscimo.
5 comentários:
Gostei... com G grande.
E será que esse Amor, querida Amiga, em que acreditas e eu também - existe?
Obrigada Nuno, um beijo :)
Folha|em|Branco - se essa dúvida te assalta porque usaste maiúscula na palavra Amiga? ;)
Apanhaste-me. Já fui. Tens razão. A minha relação contigo é a prova de que esse Amor de que falas existe, de facto. :)
Beijo imenso.
O Amor é um lugar estranho ! Gosto :)
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