Quem faz férias em família num hotel incorre em sérios problemas de privacidade, intimidade e silêncio. O tempo passa a ser de comunidade, um infinita partilha – o quarto partilhado, as refeições partilhadas, as brincadeiras aquáticas partilhadas, etc. Hoje resolvi encetar uma busca pela intimidade perdida e fugi sozinha, à socapa, para a piscina.
Quem, como eu, nada apenas de bruços e faz tentativas probrezinhas de crawl tentando sempre manter ao abrigo de água o nariz, os olhos e os ouvidos, incapaz de mergulhar é uma carta fora do baralho, nunca é “parte do grupo”. Enquanto os outros se entregam ao mergulho, a levantar ondas e espuma que eu, discretamente evito. Sou capaz de nadar distâncias razoáveis mas totalmente incapaz de mergulhar. Os do grupo, como em tudo, não me amam, mas toleram-me, não sou um deles mas ainda assim posso participar, sou tolerada. Acontece-me isso em quase tudo, não pertenço à manada mas sou tolerada o que, teoricamente, dá alguma segurança. Verdade seja dita, não me incomoda assim tanto, tenho mesmo alguma (muita) aversão a grupos lembrando sempre uma frase de Sting: “men go crazy in congregations, they only get better one by one”. Um dia convidaram-me para fazer parte de um clube de fãs – um daqueles onde um bando de maluquinhos ululando à volta do seu herói são oficialmente ungidos como Os fãs oficiais. Respondi ao próprio herói – que era quem me fez o convite –“deves estar tolinho!” Depois arrependi-me por ter ficado a achar que talvez o tivesse ofendido ao recusar dessa forma a distinção, sem contudo me conseguir imaginar entre a turba que cola posteres e selos e tece loas ao invencível herói. Julgo que, entretanto, o clube de fãs feneceu (ou pelo menos nunca mais ouvi falar de semelhante instituição), eu continuo tão fã quanto antes, admirando a genialidade do artista, mas antes como agora não conseguia conceber o carinho e admiração que sinto a tresmalhar-se ante o elogio bajulador e acrítico que tende a acometer as massas em êxtase. Os meus êxtases vivo-os sozinha!
Entretanto mais dois elementos do meu “clã” se barbataneiam na água, junto à escada, acenando-me e um 3º elemento aponta-me a objectiva da máquina obrigando-me a adeuzes sorridentes para a posteridade – uma pasta a que hei-de chamar “Algarve – férias – 2009” com toda a certeza.
Na política de não-inscrição em que ando empenhada estes momentos de introspecção são, na verdade, a evitar.
“’Bora lá mergulhar!” (quer dizer… nadar, nadar!).
Quem, como eu, nada apenas de bruços e faz tentativas probrezinhas de crawl tentando sempre manter ao abrigo de água o nariz, os olhos e os ouvidos, incapaz de mergulhar é uma carta fora do baralho, nunca é “parte do grupo”. Enquanto os outros se entregam ao mergulho, a levantar ondas e espuma que eu, discretamente evito. Sou capaz de nadar distâncias razoáveis mas totalmente incapaz de mergulhar. Os do grupo, como em tudo, não me amam, mas toleram-me, não sou um deles mas ainda assim posso participar, sou tolerada. Acontece-me isso em quase tudo, não pertenço à manada mas sou tolerada o que, teoricamente, dá alguma segurança. Verdade seja dita, não me incomoda assim tanto, tenho mesmo alguma (muita) aversão a grupos lembrando sempre uma frase de Sting: “men go crazy in congregations, they only get better one by one”. Um dia convidaram-me para fazer parte de um clube de fãs – um daqueles onde um bando de maluquinhos ululando à volta do seu herói são oficialmente ungidos como Os fãs oficiais. Respondi ao próprio herói – que era quem me fez o convite –“deves estar tolinho!” Depois arrependi-me por ter ficado a achar que talvez o tivesse ofendido ao recusar dessa forma a distinção, sem contudo me conseguir imaginar entre a turba que cola posteres e selos e tece loas ao invencível herói. Julgo que, entretanto, o clube de fãs feneceu (ou pelo menos nunca mais ouvi falar de semelhante instituição), eu continuo tão fã quanto antes, admirando a genialidade do artista, mas antes como agora não conseguia conceber o carinho e admiração que sinto a tresmalhar-se ante o elogio bajulador e acrítico que tende a acometer as massas em êxtase. Os meus êxtases vivo-os sozinha!
Entretanto mais dois elementos do meu “clã” se barbataneiam na água, junto à escada, acenando-me e um 3º elemento aponta-me a objectiva da máquina obrigando-me a adeuzes sorridentes para a posteridade – uma pasta a que hei-de chamar “Algarve – férias – 2009” com toda a certeza.
Na política de não-inscrição em que ando empenhada estes momentos de introspecção são, na verdade, a evitar.
“’Bora lá mergulhar!” (quer dizer… nadar, nadar!).
Sem comentários:
Enviar um comentário