A uma hora dessas
por onde andará seu pensamento
Dará voltas na Terra
ou no estacionamento?
Onde longe Londres Lisboa
ou na minha cama?
[…] *
Este pensamento persegue-me.
Os mortos só morrem verdadeiramente quando deixam de ser lembrados, pensados. Com os vivos passa-se o mesmo, enquanto pessoas não existimos se aqueles que nos conhecem não nos lembram.
Às vezes, como agora, dou por mim a pensar em quem pensará em mim e do que se lembrará de mim, tanto agora como quando eu partir. Dou por mim a pensar que marca deixo nos outros (se a deixo). Que lembraça será, a dos olhares partilhados, das pequenas piadas, frases ditas, pensamentos profundos ou apenas parvos, “estórias” de batalhas travadas ou de pura diversão. Inquieta-me este pensamento. Da mesma forma que a distância dos que fazem parte de mim sempre me inquietou, a distância real, física, dos que partem para outro lugar e aquela ainda mais difícil de quebrar, aquela que vamos deixando interpor-se, dos muros de distância que vamos construído.
Os mortos só morrem verdadeiramente quando deixam de ser lembrados, pensados. Com os vivos passa-se o mesmo, enquanto pessoas não existimos se aqueles que nos conhecem não nos lembram.
Às vezes, como agora, dou por mim a pensar em quem pensará em mim e do que se lembrará de mim, tanto agora como quando eu partir. Dou por mim a pensar que marca deixo nos outros (se a deixo). Que lembraça será, a dos olhares partilhados, das pequenas piadas, frases ditas, pensamentos profundos ou apenas parvos, “estórias” de batalhas travadas ou de pura diversão. Inquieta-me este pensamento. Da mesma forma que a distância dos que fazem parte de mim sempre me inquietou, a distância real, física, dos que partem para outro lugar e aquela ainda mais difícil de quebrar, aquela que vamos deixando interpor-se, dos muros de distância que vamos construído.
[…]
A uma hora dessas
por onde passará seu pensamento
Por dentro da minha saia
ou pelo firmamento?
[…] *
Se eu morresse hoje, que poemas fariam a minha mortalha? Haveria poemas? Que poemas me dedicariam?
Natália Correia escreveu " Os que nunca inspiraram um poema/são as únicas pessoas sós."
Que poema inspiraria eu aos meus amigos?
* Adriana Calcanhoto
3 comentários:
Nao poderia deixar de partilhar uma passagem que li recentemente num livro de contos da Florbela Espanca:
"Os mortos sao na vida os nossos vivos, andam pelos nossos passos, trazemo-los ao colo pela vida fora e so morrem connosco."
Engracado como, alem de haver gente que pensa em nos, ha gente que pensa os mesmos pensamentos.
Beijos de um amigo que nao pode acentuar :)
Já te disse que te adoro?..
Pensar Pensar...Desistir
tentei esforçar-me por pensar em qualquer coisa de inteligente para comentar neste teu cantinho...Mas logo desisti. Se quisesse comentar qualquer coisa de inteligente , ter me ia apresentado como (pseudo) intelectual e feito uma longa masturbação Mental...
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