quinta-feira, junho 04, 2009

Há dias assim...

Silêncio,
que não sei como se
ama sem este escopro
de música,
sem esta angústia de tempo,
sem o teu corpo,
lento,
lento,
afogueando-me a
batida no peito,
as mãos tremendo-me
não sei se de desejo
ou medo,
que o tempo, vagabundo
e cruel,
te leve de mim
antes do tempo


(o tempo de amar-te como
a um silêncio)

2 comentários:

SombrrArredia disse...

Não o encontraste na feira do livro,mas hei-lo aqui ..




Sem memória

Haverá para os dias sem memória
outro nome que não seja morte?
Morte das coisas limpas, leves:
manhã rente às colinas,
a luz do corpo levada aos lábios,
os primeiros lilases do jardim.
Haverá outro nome para o lugar
onde não há lembrança de ti?

Eugénio de Andrade

comboio turbulento disse...

gostei da ideia de amar alguém como a aum silêncio. well done :)