(fastamagórica?)
É Agosto e cidade toma uma cor diferente. Agosto das cidades quietas, os seus habitantes fogem para o Sul e ela enche-se de línguas estranhas que arranham os ouvidos. Gente com mapas, calção curto, olhares vorazes, capazes de engolir a cidade de um trago.
Percorri hoje a baixa da cidade, lugar que considero meu, casa minha, e foi como se não a conhecesse e foi bom. Agosto não me apetece a minha cidade, apetece-me outro qualquer lugar dentro de mim (ou dela. Será o mesmo? Seremos iguais? Seremos a mesma? A mesma coisa?).
Parti, então, pela rua como quem procura o poema dentro da cidade. Lojas vazias, fechadas, lixo pelas portas, um pouco de vento, os mesmo mendigos (sim, os mendigos são os mesmo, que pena, estragam-me a pintura) e esta mesma vontade de partir para longe ainda que perto, ainda que aqui, partir para longe ainda que dentro de mim…
Partir para longe e não sentir.
2 comentários:
Que bom voltares e partilhares as tuas viagens. Continua...
"o poema dentro da cidade"...
O poema a que não se consegue deitar a mão quando ele nos foge pela língua e não se deixa prender no papel.O poema que nos leva à loucura por não ser nosso mas no entanto nos trespassa a seiva.O poema que liberta.Onde está ele?
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