terça-feira, fevereiro 06, 2007

"uma sombra de rio"

Limitas-me o gesto,
sempre,
acuso-te do desgaste
das palavras.
Não tenho outras,
são estas
as mesmas que
fervem sob o sangue e
sobre a pele,
são as mesmas que te beijam
e te deixam,

dentes que rompem
a roupa ou a pele,
unhas que
arranham por dentro
do peito
como se o vento fosse nosso,
nos pertencesse,
ou o silêncio se apagasse
sobre o cinzeiro.

Entre nós e a cidade
apenas este espaço de tempo,
uma sombra de rio
que teima em abraçar-nos por dentro.
Posted by Picasa

1 comentário:

Anónimo disse...

Talvez uma das tardes mais memoraveis dessa cidade a teu lado.

C.