No dia em que escrevo esta crónica acordei com a notícia da trágica morte de Whitney Houston. Conhecida pela sua voz imensa, nos últimos anos Whitney, era mais vezes notícia pelas más razões, a dependência do álcool e de drogas à mistura com cenas de violência doméstica por parte do seu ex-marido Chris Brown, eram mais das vezes a razão das luzes sobre a cantora soul.
Quem acompanhou este seu titubeante percurso, não na música mas na vida, talvez não estranhasse este trágico final, tão trágico como antes foram, recentemente, os de Amy Whinehouse ou Michael Jackson e os de tantos outros ao longo do tempo. Desde Elvis Presley, Marilyn Monroe, Jimmy Hendrix, Kurt Cobain e a interminável lista continuaria e, suponho, continuará pelo futuro também.
Em comum estas figuras têm o estrelato, o talento ainda que diverso entre elas, e uma forma trágica de morte em directa relação com dependências e estas parecendo cosidas às angústias de cada uma delas.
Esta nefasta lista devolve-me à memória um pensamento recorrente sobre estes “palhaços” que nós, público embevecido, aplaudimos sem saber – geralmente mesmo sem pretender saber – se por trás da máscara risonha, o palhaço chora. Quantas vezes face a um palco nos teremos questionado sobre que angústias, que tragédias, que dores, transportam em si os que estão do lado de lá, do lado das luzes, os que nos encantam cantando-nos o seu talento? Muito poucas, certamente.
Lembro-me ainda da descrição, muito a propósito, da glória literária de Cesariny, dizia ele: “Estou num pedestal muito alto, batem palmas e depois deixam-me ir sozinho para casa.”
Pergunto-me então, quando se apagam as luzes da ribalta, quando se despem as lantejoulas e se limpam as pinturas, quando se fecham as portas do teatro e lentamente o carro se afasta levando o artista para longe da louca adrenalina do espectáculo e a magia da música fica para trás, quantos silêncios ficam por preencher, quantas angústias por resolver? Quem, depois de caír o pano, ficará para limpar as lágrimas que sobrarem, enquanto o público inebriado abandona a sala levando para casa o coração cheio de magia e música que iluminará por algum tempo mais a banalidade dos seus próprios dias fará apagar as suas angústias e incertezas?
Quem depois das feéricas luzes ficará para depositar o corpo exaurido do artista no leito de repouso e lhe há-de abraçar as angústias e calar as lágrimas? Quem não o deixará ir sozinho para casa depois das palmas e da descida do pedestal?
Quem acompanhou este seu titubeante percurso, não na música mas na vida, talvez não estranhasse este trágico final, tão trágico como antes foram, recentemente, os de Amy Whinehouse ou Michael Jackson e os de tantos outros ao longo do tempo. Desde Elvis Presley, Marilyn Monroe, Jimmy Hendrix, Kurt Cobain e a interminável lista continuaria e, suponho, continuará pelo futuro também.
Em comum estas figuras têm o estrelato, o talento ainda que diverso entre elas, e uma forma trágica de morte em directa relação com dependências e estas parecendo cosidas às angústias de cada uma delas.
Esta nefasta lista devolve-me à memória um pensamento recorrente sobre estes “palhaços” que nós, público embevecido, aplaudimos sem saber – geralmente mesmo sem pretender saber – se por trás da máscara risonha, o palhaço chora. Quantas vezes face a um palco nos teremos questionado sobre que angústias, que tragédias, que dores, transportam em si os que estão do lado de lá, do lado das luzes, os que nos encantam cantando-nos o seu talento? Muito poucas, certamente.
Lembro-me ainda da descrição, muito a propósito, da glória literária de Cesariny, dizia ele: “Estou num pedestal muito alto, batem palmas e depois deixam-me ir sozinho para casa.”
Pergunto-me então, quando se apagam as luzes da ribalta, quando se despem as lantejoulas e se limpam as pinturas, quando se fecham as portas do teatro e lentamente o carro se afasta levando o artista para longe da louca adrenalina do espectáculo e a magia da música fica para trás, quantos silêncios ficam por preencher, quantas angústias por resolver? Quem, depois de caír o pano, ficará para limpar as lágrimas que sobrarem, enquanto o público inebriado abandona a sala levando para casa o coração cheio de magia e música que iluminará por algum tempo mais a banalidade dos seus próprios dias fará apagar as suas angústias e incertezas?
Quem depois das feéricas luzes ficará para depositar o corpo exaurido do artista no leito de repouso e lhe há-de abraçar as angústias e calar as lágrimas? Quem não o deixará ir sozinho para casa depois das palmas e da descida do pedestal?
1 comentário:
Não posso estar mais de acordo com o mestre Cesariny diz.
Quando nos despimos da "alma", perdemos a bússola ou o que quer que nos aconteça,se possível e tivermos tempo,temos que regressar não à pureza original mas "subirmos" à condição (imperfeita) humana.
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