segunda-feira, março 29, 2010

O miúdo que pregava pregos numa tábua

Li hoje, de uma assentada, o livro d’”O miúdo que pregava pregos numa tábua” e aprendi mais sobre literatura e música do que se tivesse lido uma enciclopédia sobre ambos os assuntos. Estou, como habitualmente, apaixonada por este Poeta. É um amor antigo que nasceu mais das prosas que dos poemas. Os seus poemas são quase sempre demasiado épicos, soube agora que pretendia continuar “Os Lusíadas”, acho que tem conseguido.
Não sei ainda se votarei nele para Presidente, provavelmente sim, já o fiz uma vez. É, aliás, uma desresponsabilização por saber que os Poetas nunca são Presidentes da República. Deve mesmo ser doloroso ao Poeta vestir-se de político, espartilhar-se à mentira e ao conformismo mesmo o seu que é, ainda assim, inconformado. Os Poetas, sabemos, andam sempre nus, e a pele do corpo é o Poema.
Nunca falei com Manuel Alegre, nem sei se gostaria de o fazer. Assim, sem o conhecer ou falar com ele posso continuar apaixonada pelo Poeta que escreve as mais belas prosas, mas gostava só de perguntar-lhe o porquê da ausência de vírgulas no correr do Poema, isso gostava.
Poemas para o tempo que não há.

1 comentário:

Folha|em|Branco disse...

Ando há séculos a pegar nele e a largá-lo sem perceber se o quero ler ou se ele me seduz. Faltava este alento para acreditar que vai valer a pena :)