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dos poemas que te escrevo,
a palavra eriçada,
coberta de cinza na língua
que não sabemos pronunciar.
Sei tão pouco dos teus dedos,
onde se prolonga a pele
sedenta de mais pele,
reduzindo a escombros o sol.
Sei tão pouco dos teus olhos,
lugar de silêncios onde
se guarda a penumbra e
se acertam os passos,
vagarosos conta-gotas do infinito.
Sei tão pouco de mim
que me inundam estas
lágrimas por dentro,
sôfregas, centrífugas,
serpenteando caminhos
rumo ao incêndio.
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