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que todos os meses
e uma sombra grotesca
amarfanhava-me os olhos.
Presas ao meu corpo arrastavam-se
sombras e pombos mortos,
coisas que mais ninguém
gostava de ver.
Às vezes Novembro
era um mês surdo,
e eu fechando os olhos
não ouvia o silêncio,
apenas o rugido trémulo
de uma trovoada cuja chuva
nunca vinha para amenizar-me
o sono e eu não
dormia nunca,
perorava vigil em
sobressalto pelos trovões.
in
"Pelo Inverso"
1 comentário:
"Com cinza
nada se escreve a não ser
as vogais do silêncio."
Albano Martins
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cris
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