segunda-feira, maio 30, 2011

Feira do Livro do Porto

Percorrer a Feira do Livro do Porto, que está na Avenida dos Aliados até dia 12 de Junho, permite percorrer toda a minha Obra Literária.




Querem ver? Comecemos lá por cima, quem desce da Câmara Municipal, tem logo ali uma tenda, o Espaço dos Pequenos Editores. Se lá entrarem, caminhem até ao fundo e lá está o "A urgência das palavras" (Edições Ecopy, 2008) que, com a vossa ajuda e de alguns possíveis cumplices irei revisitar na 2ª feira, dia 6 de Junho, pelas 21H00 no Auditório da mesma feira (lá no fundinho da Avenida, já a chegar ao futuro hotel de muita estrela que está a ser ultimado nas Cardosas.

Mais lá para o centro da feira, quem vai descendo a Avenida, está o Stand A24 - Corpos Editora, lá se encontra o "Circulação Transversa" (2005) - Esgotado nas restantes livrarias de 2010.




Já bem pertinho do fim da feira, junto ao Auditório, está o Stand A02 do Clube Literário do Porto onde mora o mais recente "Luz Vertical" (Edita-me Editora), capa e ilustrações pelo artista Miguel Ministro e prefácio do músico Pedro Abrunhosa.
Já agora o aviso: eu e outros autores da Edita-Me estaremos logo ali abaixo, no Auditório, pelas 20H de dia 10 de Junho a discutir com que rima a poesia- será com Economia? Ajudem à discussão, se faz favor, aproveitem agora que é crise.



E pronto, por se terem portado tão bem, terem feito esta visita virtual comigo, terem clickado nos links todos (e prometido interiormente que irão passar por lá nas noites de 6 de 10 de Junho) também vos ofereço - grátis - o meu primeríssimo livro --> Aqui--> "Sombras de Noite" (Elefante Editores, 2004)

































Crónica de Segunda - "Amor e uma parelha de cornos!"

As crónicas de segunda têm estado arredias, não porque não haja assunto para elas – uma crónica faz-se de qualquer coisa nem que seja dela própria e, mais não houvesse a comentar, haveria sempre a animada campanha eleitoral onde cinco partidos e mais alguns se digladiam num concurso aparentemente para achar aquele que entre eles melhor se desdiz, preferencialmente no mesmo dia a horas diferentes. Mas esse assunto, devo dizê-lo, já me cansa de tão repetitivo e, o que me andava a faltar para avançar nas crónicas era, sim, um título chamativo, um que valesse a pena, um assim como o desta crónica.
O título provém de uma estória passada há já alguns anos. Certa tarde preparava-me eu para assistir a uma conferência com um conhecido autor quando encontrei um amigo de longa data. O meu amigo, homem inteligentíssimo, mas que por razões económicas cedo foi trabalhar, tendo fraca instrução escolar, não era grande literato e era a mais improvável das companhias que eu esperava para a tal conferência, porém, já que se encontrava de férias e sendo naturalmente curioso perguntou-me se me importaria que me acompanhasse e eu, obviamente, não me importei. Acho até que interiormente me divertia a ideia de irmos os dois, com visões decerto diferentes, ouvir a mesma conferência, que versaria sobre livros que o meu amigo nunca lera.
O autor em causa deu uma soberba “aula” sobre a sua escrita e sobre os temas que o inquietavam e sobre os quais escrevia como espelho dessa inquietação. Na base estava o amor com A maiúsculo, sobre ele falou longamente e sobre tudo o que dele sobejava, o enamoramento, a ausência, o estremecimento, a dor, o desejo, a perda, a angústia e a morte. Tudo, explicava ele, gradações do amor, sua génese e consequência.
Saímos de lá encantados eu e o meu amigo que, via-se bem e ele o dizia, estava feliz, era para ele uma experiencia inovadora e que aprendera imenso, dizia ele. O meu amigo comportava-se sempre como uma alma ávida de novas aprendizagens, absorvia facilmente novos conhecimentos e a sua inteligência um pouco rural mas vivíssima rapidamente traduzia os conceitos mais complicados, as sintaxes mais esdrúxulas, em frases cuja clareza ficava à vista de qualquer um, tanto fosse pela crueza com que expunha algumas ideias. Na saída da conferência encontramos um amigo comum que, sabendo de onde vínhamos, nos questionou “Então de que falou o homem?” ao que o meu amigo prontamente respondeu, com um sorriso aberto “Falou do amor e de uma parelha de cornos!”
Fiquei extática, a genialidade vem assim nas mais simples frases, duas horas a ouvir metonímias que se resumiam assim mesmo a “uma parelha de cornos!” Gosto de ideias sucintas e objectivas.